delírios em palavras
segunda-feira, 19 de julho de 2010
quando é amor
Não me dou paz sequer por um segundo. Pode estar tudo perfeito, mas não adianta, quem ama é desorganizado, às vezes fala demais, as vezes fica mudo, às vezes sente muito frio, às vezes muito calor. O amor é sem medidas, não é concreto, nem tampouco imaginável, só quem o vive entende. Quem ama tem medo de perder, quem ama tem medo de ser inseguro demais, quem ama se culpa antecipadamente, quem ama planeja até mesmo a espera de uma surpresa. E isso diferencia a pessoa que ama do apaixonado. O apaixonado testa o que o amor prova. O apaixonado acelera o que o amor não só espera, mas retarda e adia. O apaixonado incrimina e culpa o que o amor perdoa. O apaixonado vive o momento que o amor considera uma vida. O apaixonado age sem pensar, o amor pensa demais sem agir. O apaixonado descarta o que incomoda, quem ama procura a explicação do que incomoda. A paixão não precisa de testemunhas, o amor é a própria testemunha. O apaixonado não se prepara e vive de improvisos, o amor demora para falar e guarda para si. A paixão começa rápido, o amor não termina. Quando é amor, é eterno, é intenso, é a vontade de ir além e o medo de ultrapassar limites. É o medo de transformar o 'te amo' em bom dia, mas sentir um vazio quando não diz nada. Quando é amor, não há explicação, as palavras faltam, o silêncio diz tudo. Quando é amor, é assim: a vontade de viver junto sempre mais e o medo de não viver tudo; é sentir a presença, mesmo sem estar junto.
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