delírios em palavras



sábado, 10 de julho de 2010

acabou

Ele foi longe de mais, superou todo tipo de palavras, ofensas, deixou o silêncio. Apenas o silêncio e a agonia que tanto a perturba. Ela insiste em dizer que está bem, mas guarda em si a esperança de tê-lo de volta, guarda em si o medo de tê-lo perdido de vez. Ele não se preocupa, não mede promessas, fala e depois não sabe consertar. Ela fica na espera de um dia tudo mudar. Não vai mudar, não é a toa que 30 meses se passaram iguais. Ela fazia planos, ele só queria estar ali. Ele não quer saber, não doa satisfação, ele vai embora simplesmente. Ela não sabe para onde olhar, não sabe nem sequer abrir os olhos. Ela não sabe para quem correr, estando no seu próprio abrigo. Ela não percebe que não adianta fugir dele, se ele está dentro dela, ela precisa fugir de si. Ele foi covarde, não soube amar, nem tampouco considerou o amor que recebia. Ele foi distante, ouviu suas palavras e devolveu-as vazias. Ele foi insensível, lhe deu uma rosa que após 3 dias murchou. Ele foi egoísta e não devolveu o que é ela lhe deu. Ela está iludida, ela não acredita mais, ela quer sumir por uns dias. Ele acredita que com o tempo tudo se ajeita, com o tempo ela volta a ser a mesma, ele acha que a tem em suas mãos para sempre. Não por hoje. Hoje ela vai fugir. Hoje ela vai mudar, vai abandonar, vai esquecer. Hoje ela vai pensar nela, ela vai se importar com ela, ela vai dar valor aos seus sentimentos. Ele não deixou notícias, nem vestígios. Mas ela sabe que não há por quê ficar, ela sabe que as coisas não mudam, por mais que o mundo gire. E então ela terminou a história que ele nem começou.

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