delírios em palavras



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

não saber

Ele não sabe. E não saber é o pior estado. Não saber se sabe, não saber o que fazer, pra onde ir, pra onde olhar. Não saber o que ela está fazendo, no que ela está pensando, não saber se ela está pensando ou se está apenas sonhando, livre na vida. Não saber se ela volta, se ela está bem, se ela está perdida, se ela quis se perder. Ele não sabe, com poucas palavras ela se calou. Ele não fala nada, nem tampouco ouve. Ele espera e cria teorias para passar o tempo. Ele inventa possibilidades, ele tenta achar uma saída. Ele prefere não pensar no depois, é inevitável. Quando não se sabe, pensa-se em tudo, no antes, no agora, no depois, no que não aconteceu. Ele passa por um momento de incertezas, o chão pode rachar ou ela pode correr sobre ele voltando, provando que o chão resiste. Ele não vai ir atrás, ele respeita o espaço. Ele não vai procurar, ele não vai ligar, ele não vai demonstrar o desespero. Ele está tranquilo, dentro do impossivel. Ele queria poder abraçá-la, ele queria poder ouvir sua voz. Mas ela vai voltar. Ela vai voltar com saudades, trazendo a noticia ou um simples recado, um aviso. De qualquer jeito ele sabe o jeito, ele sabe seguir, ele sabe olhar para tráz sorrindo. Mas ela vai voltar, talvez demore e se assim for, ela que estará nas mãos dele. Ela que vai esperar, o tempo que ele aguentou, por todo o amor que ele sentia e ela tentou guardar.

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