Eu sempre soube que era amor. Desde a hora em que nossos
olhos tímidos e sem intenções se cruzaram. Eu soube que era amor, veio de forma
abrupta, repentina, me deixou presa. Presa nos teus passos, nas tuas escolhas,
na tua vida. A vida que eu invadi, sem nem bater na porta ou perguntar se podia
entrar. Fui te invadindo da mesma forma que os meus sentimentos por ti tomaram
conta de mim. Sufoquei teu espaço conservado, reservado, rígido, era difícil te
acessar. Mais difícil ainda era te desvendar e perceber que por trás dessa
barreira existia amor. Eu sempre soube que era amor. Desde o primeiro toque, o
primeiro beijo, a primeira risada. As minhas pernas tremendo, o teu olhar
fugitivo, a ansiedade que dominava. Era amor e eu sabia e tu sabia, e escondia.
E agora depois de tanto tempo de amor declarado, sabemos que ainda há amor que
se esconde. Em cada detalhe dos nossos gestos, em cada palavra que não
pronunciamos, em cada despedida que não olhamos pra trás. Hoje reconhecemos que
não é amor; é muito mais.
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